Servidores públicos de Mauá buscam apoio político por reajuste salarial

Diante do encadeamento nas negociações e da acefalia política na Prefeitura, a diretoria do Sindicato dos Servidores Públicos (Sindserv) de Mauá decidiu, nesta quinta-feira (24), em reunião na sede, buscar apoio político junto aos vereadores e à prefeita em exercício, Alaíde Damo. Os sindicalistas avaliam que as questões técnico-financeiras e administrativas estão esgotadas e somente o aspecto político poderá definir o impasse.

Segundo o presidente do Sindserv, Jesomar Alves Lobo, não adianta promover reuniões procrastinatórias. “Não temos mais condições de continuar as negociações com a Comissão, precisamos conversar com autoridades que tenham força política para decidir, por isso vamos nos reunir com a Mesa Diretora da Câmara, na próxima terça-feira, para buscar um meio de desfazer esse impasse”, argumentou.

Uma reunião para apresentar novos estudos junto a Comissão estava prometida para esta sexta-feira (25), mas não se confirmou.

Na última segunda-feira (21), o Sindserv enviou ofício à prefeita em exercício, Alaíde Damo, para pedir atenção com as demandas dos servidores. Não houve resposta.

Diálogo

O Sindserv tem buscado concluir as negociações por meio do diálogo, mas diante da acefalia política, causada pela ausência do prefeito Atila Jacomussi, um acordo parece estar cada vez mais distante.

A busca por apoio político junto aos vereadores e a tentativa de sensibilizar e envolver a prefeita em exercício são as últimas tentativas de manter uma conclusão negocial.

Caso não surta efeito, o Sindserv poderá convocar a categoria para deliberar quais ações deverão ser adotadas para buscar um reajuste digno a todos os trabalhadores.

Resumo das negociações

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Sindserv entregou nas mãos do prefeito Atila a pauta de reivindicações da campanha salarial. (Foto: Valdeci L. Barros/Sindserv)

No dia 1º de março, o Sindserv protocolou a pauta de reivindicações dos servidores públicos junto à Prefeitura. No documento, os trabalhadores pediram abono mensal de R$ 450,00, reposição de 2,68% da inflação, aumento real de 10% e aumento no auxílio alimentação de R$ 340,00 para R$ 450,00.

Em 11/04, o Sindicato defendeu o modelo de recomposição por abono mensal com incorporação programada.  A administração defendeu a negociação de percentual.

No dia 19/04, o prefeito Atila Jacomussi emitiu um Decreto para escalonar por jornada de trabalho a incorporação do abono e alterar seus valores. O Sindicato entendeu que a medida feria a Lei Municipal nº 5.224/2017, que define a incorporação de valor nominal, escalonada por tempo: metade em abril e outra metade em outubro.

A entidade solicitou, em 20/04, a revogação do Decreto e passou a negociar com a Administração municipal. O contratempo atrasou as negociações da campanha salarial.

No dia 3 de maio, em reunião com o prefeito Atila Jacomussi, a Administração definiu a revogação do Decreto e a continuidade das negociações da campanha para os dias 9 e 10/05, respectivamente.

No dia 9/5, a reunião para a revogação do Decreto foi cancelada.

No dia 10/5, a reunião para negociação da campanha salarial foi cancelada.

20180511-reuniao-campanha-salarial-sindserv-foto-por-lucas-miranda-005 - 804x1072No dia 11/05, a Comissão de Negociação de reuniu, a pedido do Sindserv, e apresentou a contraproposta da Administração: 1% de aumento real, reposição de 2,68% da inflação dos últimos 12 meses (IPCA/IBGE), aumento do auxílio alimentação para R$ 370,00 e sua ampliação para todos os servidores ou aumento para R$ 390,00 no formato atual, isto é, apenas para quem recebe até três vezes o menor vencimento da Prefeitura.

Diante do impasse financeiro, o Sindicato se viu obrigado a apresentar, no dia 14/05, parâmetros mínimos para continuar a negociação: 1,32% de aumento real, reposição de 2,68% da inflação, ampliação do auxílio alimentação para todos os trabalhadores e sua divisão em duas faixas: R$ 410,00 para quem recebe até três pisos e R$ 200,00 para os demais servidores.

Em razão da morosidade nas negociações, o Sindicato encaminhou ofício à prefeita em exercício, Alaíde Damo, e ao presidente da Câmara Municipal, vereador Admir Jacomussi, para solicitar atenção às demandas do funcionalismo.

Na última reunião da Comissão de Negociação, no dia 23/05, a Administração não conseguiu apresentar uma proposta que viabilizasse os parâmetros mínimos propostos pelo Sindicato. Além disso, foi apresentado um limite de R$ 9 milhões no orçamento para que a entidade estude uma nova proposta.

 

 

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