Após a determinação de reduzir a presença de auxiliares de desenvolvimento infantil (ADI) nos grupos G3 das creches do município, profissionais de educação e diretores do Sindicato dos Servidores Públicos (Sindserv) de Mauá provocaram uma reunião com o secretário José Luiz Cassimiro, nesta quarta-feira (18). No encontro, os educadores cobraram solução para os problemas da rede municipal de ensino e mais diálogo com quem atua nas escolas.

O presidente do Sindserv, Jesomar Alves Lobo, que não esteve presente na reunião, defendeu os educadores. “Antes de se decidir qualquer mudança na rede de ensino, a Secretaria de Educação deveria ouvir quem está no chão da escola, que são os professores, auxiliares, merendeiras e demais funcionários”, pontuou.
As aulas presenciais retornaram no dia 27 de julho, com protocolos definidos pelo documento “Orientações para retorno das aulas presenciais na rede municipal de Mauá”.
No dia 11 de agosto, o Sindicato encaminhou à Secretaria de Educação um levantamento dos principais problemas encontrados na rede municipal de ensino, levantados a partir de visitas às escolas municipais e sugeriu medidas urgentes para garantir o mínimo de segurança sanitária a alunos e servidores: contratação de mais ADI e merendeiras, mais autonomia para diretores de escola, manutenção do percentual de 25% a 35% do atendimento até a completa imunização dos educadores e o agendamento de uma reunião com a equipe de supervisores de ensino.
Na última segunda-feira (16), ao invés de contratar mais ADI’s a Secretaria de Educação publicou uma resolução que reduz a quantidade de ADI nas salas de G3 da creche, que atende alunos com idade entre dois e três anos.
A medida causou indignação nos professores e auxiliares que por meio do Sindicato cobrou do secretário José Luiz Cassimiro que todos os atores envolvidos no processo pedagógico sejam ouvidos no futuro antes de se adotar mudanças na rede e a revisão imediata da Resolução SE nº 9, de 11/08/2021.
De acordo com o secretário, a mudança no módulo de profissionais foi adotada com base em um levantamento de alunos matriculados. Contudo, essa informação não consta na Resolução, que é omissa em relação a alunos frequentes ou matriculados.
Protocolos
Outra medida da Secretaria de Educação que causou indignação dos servidores é o afrouxamento dos protocolos de segurança sanitária adotados nas escolas públicas da rede municipal de ensino. Há relatos por parte de trabalhadores e educadores que os protocolos são frequentemente ignorados e até omitidos.
Em anexo ao documento “Orientações para retorno”, que estabelece os protocolos, a Secretaria de Educação incluiu o termo “contactantes positivados”. Esse termo não existe nas orientações da Organização Mundial de Saúde, do Ministério da Saúde ou da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo.
Segundo os protocolos dessas organizações, contactante ou contato é a pessoa assintomática próxima a um caso suspeito ou confirmado de Covid-19.
A partir do momento que uma pessoa é testada positivamente, ela é considerada um caso confirmado. Desse modo, não existe a possibilidade de alguém ser contactante e positivado simultaneamente.
Outro ponto que o anexo da Educação fragiliza é a forma de cumprir a quarentena dos contactantes. Antes estava claro que trata-se de uma medida preventiva a ser cumprida em home office, mas na atualização essa definição foi subtraída e deixou uma lacuna.
Agenda
Uma nova reunião foi agendada para que Sindicato, acompanhado de ADI e professores, discutam com a Secretaria de Educação mudanças na resolução e fortalecimento dos protocolos de segurança sanitária.



