Candidata a prefeita de Mauá pelo Unidade Popular, partido formalizado em dezembro de 2019, Amanda Bispo é formanda em engenharia de gestão pela UFABC, tem 24 anos, milita em movimentos sociais e atua no combate à violência contra as mulheres. Reuniu-se com servidores públicos, nesta quinta-feira (5), na sede do Sindicato dos Servidores e Funcionários Públicos (Sindserv), para receber a carta programática da categoria e conversar com os trabalhadores. Acompanhada de seu vice, Felipe Galisteo, servidor efetivo, comprometeu-se com as principais bandeiras de luta do funcionalismo mauaense.

Segundo Amanda Bispo, a precarização do trabalho é uma das razões para a construção de um novo partido para concorrer à Prefeitura de Mauá. “A gente tem visto a nossa vida ficar cada vez pior, tem visto o desemprego crescer, e num caminho contrário tem visto o custo de vida aumentar, então está mais difícil comprar comida, pagar as contas de casa, pagar um aluguel, o próprio trabalho está cada vez mais sucateado, os salários não reajustam como deveriam, de acordo com as nossas necessidades, e não temos uma perspectiva de que vai mudar e para nós isso é resultado de viver numa sociedade em que os interesses que são defendidos na política são os interesses de quem financia as campanhas deles”, analisou. “Os políticos usam a política para promoção dos seus interesses individuais, para enriquecimento pessoal, para enriquecer suas famílias, e chegam lá para defender os interesses de quem financiou suas campanhas, que são os interesses dos grandes patrões”, pontuou. “Para gente que é trabalhador tem a nossa vida ficando cada vez pior e não parece que vai melhorar, então entendemos que tínhamos que construir um partido que tivesse suas raízes diferente dos outros, então construímos esse novo partido”, frisou.

O candidato a vice-prefeito pela chapa de Amanda Bispo, Felipe Galisteo (UP), é servidor público municipal efetivo e defendeu as propostas da prefeiturável. “Nós lemos a carta programática e duas coisas chamaram a nossa atenção, muitas coisas contidas na carta a gente aborda no nosso plano de governo, e a outra coisa é que tem muito da carta programática de quatro anos atrás, da eleição anterior, que ainda estão aqui, ou seja, não foram atendidas pela atual administração”, observou Felipe. “E tem algumas questões que são bem fortes, em relação ao serviço público, uma delas é em relação ao reajuste salarial, acho que isso é um senso comum entre os servidores, a gente defende o reajuste de 100% em quatro anos para todos os servidores que recebem até 2,5 salários mínimos”, revelou.

Amanda e Felipe prometem rever a quantidade e a finalidade dos cargos comissionados para combater as perseguições e o assédio moral no serviço público. “Não tem diálogo com a gente [servidores], geralmente as chefias vem com um tom muito autoritário, querendo imprimir sua marca dentro da Prefeitura, a gente sofre com assédio moral, que é uma coisa que precisa bater de frente”, relatou Felipe. “Eu mesmo passei por muitas situações por causa da desorganização política, perseguição de fato, e isso não está certo, a gente está ali para atender a população, a gente sabe quando um serviço não está funcionando, muitas vezes a gente tem que dar mais que o máximo para se fazer efetivar a política pública, precisamos mudar essa realidade e ouvir os servidores, então uma forma de combater isso é igualar os salários com os comissionados e a redução desses cargos em 70%”, propôs. “Existe na atual gestão cerca de 800 cargos, fora que em muitos serviços há terceirizados, isso é uma coisa que prejudica a população e prejudica o nosso trabalho, porque tem outro servidor ganhando o dobro e trabalhando menos”, expôs.

Entre outros temas conversados com os servidores durante o encontro, Amanda e Felipe defenderam a redução de processos administrativos disciplinares utilizados como forma de perseguição, melhorias de equipamentos e condições de trabalho, implantação de plano de carreira, utilização de servidores efetivos nos postos de chefia, ampliar o diálogo nas negociações, realizar mais concursos públicos para renovar o quadro funcional, limitar a jornada diária a seis horas, anular os efeitos da Lei Complementar 173/2020, combater o processo de precarização da educação municipal, revisão da lógica de gestão das finanças municipais, entre outros.
Leia na íntegra a Carta Programática dos Servidores Públicos de Mauá. Clique aqui.
Confira abaixo a programação para os próximos encontros com os candidatos a prefeito de Mauá:
06/11 – 18h – Donisete Braga – PDT
09/11 – 18h – Caio Túlio – PCO
10/11 – 18h – Zé Lourencini – PSDB
11/11 – 18h – André Sapanos – PSOL
O candidato Atila Jacomussi (PSB) não confirmou presença até o momento.
