Cerca de 200 servidores e servidoras participaram, na noite desta terça-feira (16/12), de reunião convocada pelo Sindicato dos Servidores Públicos de Mauá (Sindserv). O encontro teve como foco o enfrentamento às cerca de 540 demissões de servidores estatutários, a denúncia da condução arbitrária da administração municipal e a intensificação da mobilização pela incorporação do abono salarial.
Durante a atividade, o Sindserv desmentiu a versão apresentada pela Prefeitura de Mauá, que tenta justificar as exonerações com base em supostas determinações do Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) e do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP). De acordo com a entidade sindical, não há nenhuma decisão ou recomendação desses órgãos que determine ou autorize demissões em massa, como vem sendo praticado pelo governo municipal.
Representando o Departamento Jurídico do Sindserv, o advogado Dr. Carlos Zambotto apresentou os detalhes dos questionamentos feitos pelo MP-SP e pelo TCE-SP. Segundo ele, ambos os procedimentos decorrem de denúncia específica e se limitam à análise da situação de apenas dez auditores fiscais. “Em nenhum momento os documentos apontam para a necessidade de exoneração coletiva de servidores. Trata-se de uma interpretação distorcida e grave por parte da administração”, afirmou.
A presidente do Sindserv Mauá, professora Mara Dias, ressaltou que o Sindicato atuou de forma imediata diante dos primeiros sinais da medida. “Desde o primeiro rumor, percebemos a gravidade do que estava em curso. A diretoria se colocou em alerta, cobrou explicações formais da Prefeitura e foi completamente ignorada. O governo agiu sem diálogo, sem transparência e sem responder sequer aos nossos ofícios”, denunciou.
Mara Dias também destacou que o Sindicato voltou a cobrar a administração municipal pela incorporação do abono salarial, pauta urgente da categoria. “O Sindserv reafirma que está aberto ao diálogo e disposto a apresentar soluções viáveis em relação ao abono. No entanto, parece que o foco do governo é demitir pais e mães de família, aprofundando a insegurança em torno do funcionamento dos serviços públicos”, criticou.
Diálogo e medidas judiciais
Na tarde desta terça-feira, a gestão municipal recebeu a diretoria do Sindserv e alegou que seguiu orientação jurídica [da Secretaria de Assuntos Jurídicos]. Em resposta, o Sindicato informou que já ingressou com medida judicial para tentar impedir as demissões e garantir os direitos dos servidores afetados.
Justiça
A ação proposta pelo Sindserv foi recepcionada pelo Judiciário, que determinou a manifestação do Ministério Público sobre o caso. O Sindicato acompanha atentamente o andamento do processo e reforça que seguirá utilizando todos os instrumentos legais e políticos disponíveis para reverter as exonerações.
Atendimento jurídico aos servidores demitidos
O Sindserv anunciou a abertura do Departamento Jurídico para atendimento individualizado a todos os servidores demitidos, a partir do dia 05 de janeiro de 2026. A orientação segue sendo para que os trabalhadores não compareçam a procedimentos demissionais e não assinem qualquer documento, uma vez que o Sindicato e a categoria não reconhecem a legalidade das demissões.
O Sindserv Mauá reafirma seu compromisso com a defesa do serviço público, do emprego e da dignidade dos servidores e servidoras, e convoca a categoria a permanecer mobilizada.












