Servidores pedem intervenção do Ministério Público na Educação de Mauá

Em assembleia realizada na sede do Sindicato dos Servidores e Funcionários Públicos (Sindserv) de Mauá, nesta quarta-feira (30), os trabalhadores da rede municipal de ensino decidiram denunciar a Prefeitura de Mauá pelo descaso aos problemas de superlotação das salas de aula, falta de profissionais e total desinteresse pelas condições de trabalho.

Os profissionais de Educação relataram que nas escolas da rede municipal há um número excessivo de liminares concedidas pela Justiça para garantir a matrícula de alunos, a maioria das salas já não comporta, além disso faltam auxiliares e eventuais para suprir a demanda e as ausências. Foram relatados também episódios de prática de assédio moral contra servidores em estágio probatório.

Diante dos relatos, por deliberação da categoria, o Sindserv vai encaminhar uma denúncia ao Ministério Público do Estado de São Paulo, com cópia para a Secretaria de Educação, para apurar possível negligência e solicitar medidas emergenciais para evitar a paralisação das aulas e os serviços prestados à comunidade.

Desde 2021, o Sindserv tem conversado com a Secretaria de Educação e alertado para os problemas apontados pelos educadores. Após dezenas de reuniões e conversas, nada de efetivo foi feito nesses último dois anos.

A gestão da Secretaria de Educação se limita a dizer que convocou do concurso e reformou escolas, mas nada fez para abertura de novas salas de aula e muitos dos convocados já exoneraram do cargo ou sequer foram admitidos.

O Sindicato vai manter a reivindicação de pagamento dos auxílios transporte e alimentação aos professores e auxiliares eventuais. Entidade e categoria entendem que a ausência desses benefícios desencoraja a adesão desses trabalhadores, que recebem apenas pelas horas trabalhadas e deixam de aceitar convites para atuar nas escolas devido a baixa remuneração.

Mobilização

Por proposta da categoria, o Sindserv elegeu uma comissão com representantes de diversas escolas para redigir uma carta aberta a ser distribuída aos pais e responsáveis dos alunos, bem como à população em geral, para explicar as debilidades da rede e os motivos para uma possível paralisação ou greve.

O presidente do Sindserv, Jesomar Alves Lobo, concordou com as medidas propostas. “Precisamos criar essa comissão e cobrar respeito das autoridades pelos trabalhadores, precisamos alertá-los do quanto estão prejudicando a rede [municipal de educação] e vamos mostrar [como está] a situação”, defendeu. “Queremos mostrar para o juiz que os profissionais estão esgotados e que a Secretaria de Educação tem dado jeitinho de camuflar os problemas e nada faz para aumentar o número de salas de aula”, concluiu.

Na próxima segunda-feira (4/9), a comissão se reunirá na sede do Sindserv para iniciar os trabalhos de redação do documento e definir estratégias de mobilização para convocar os demais servidores da Educação.

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